CARLOS HEITOR CONY
Corpo de delito
RIO DE JANEIRO - Os desavisados leitores que, por masoquismo, atentam para as minhas crônicas, devem estar lembrados de minha preocupação pelos ossos de Dana de Teffé, cujo corpo nunca foi encontrado, razão pela qual seu assassino não respondeu por nenhum processo.
Sem cadáver não há crime. O Brasil passou um ano procurando o corpo. Não houve osso de galinha ou de cachorro que não tenha sido examinado pelos institutos de criminalística.
Pulando de Dana de Teffé para Osama bin Laden, ficaremos mais ou menos na mesma situação. Jogaram um troço qualquer no mar, fica a critério de cada um acreditar na história.
Se aparecerem fotos, haverá suspeita de montagem, efeitos especiais etc. Pelas leis do direito penal, não servirão de prova juridicamente incontestável.
Os delicados pruridos de Barack Obama, poupando o olhar da humanidade de um cadáver mutilado, são discutíveis. Os atentados terroristas são exaustivamente publicados, com as autoridades sem o escrúpulo de chocar a sensibilidade dos povos.
Pelo que se sabe, nos últimos anos, o terrorista estava desativado, morando numa casa com mulheres e crianças, na hora em que foi descoberto estava desarmado. Parece improvável que daquele abrigo ele pudesse comandar, traçar a estratégia e o financiamento das operações criminosas.
Era um símbolo do mal, responsável pelo maior crime dos tempos modernos, comparável a um Hitler ou a um Stálin.
Estão abertas, a partir de agora, diversas teorias conspiratórias que alimentarão os fundamentalistas do terror. Obama declarou que a justiça foi feita.
Qualquer consciência condenaria Bin Laden à morte. Contudo, do jeito que ele morreu, não foi caso de justiça, mas de vingança pessoal.
Como sempre preciso o escritor Coni em suas crônicas.
ResponderExcluirFato é que, o sumiço do troféu causa perplexidade.
Não quero dar uma de São Tomé, acredito que os americanos não seriam loucos o suficiente para inventar algo tão chocante, absurdo e alarmante, mas fica a pergunta: o que quiseram esconder?
Na tentativa de evitar futura retaliação de extremistas islâmicos, os EUA esconderam o "trófeu" de sua operação. Houve supostamente um plano para a execução de Bin Laden, mas faltou o planejamento para a repercussão no êxito desse plano.
ResponderExcluirMeu amigo, uma coisa é certa, seja lá o que quiseram esconder, isso será o início da construção de diversas teorias conspiratórias, que somarão as que já norteiam o governo americano. Tema novo para Michael Moore.